quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dia de protestos em Ouro Preto (MG) contra fechamento da Novelis

O dia começa quente em Ouro Preto. Pela manhã os trabalhadores da Novelis realizaram uma assembleia com atraso de 1 hora na entrada do turno e votaram a participação na Audiência Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais às 14 horas na Câmara Municipal de Ouro Preto. Logo em seguida, com a participação do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), moradores da região da PCH de Fumaça, de propriedade da Novelis, foi fechada a BR 356, no trevo de Ouro Preto, por 1 hora e meia.

Os protestos são parte de uma jornada de luta contra o fechamento da Novelis, unidade de Ouro Preto. A empresa é uma das maiores produtoras de alumínio do mundo e anunciou o fechamento da unidade para 15 de dezembro próximo. Essa medida vai acarretar a demissão de 600 trabalhadores diretos e terceirizados. A política da empresa é fechar esta unidade para vender energia elétrica no mercado livre, pois, possui 8 usinas próprias e participação em outra usina.
 
Demissões para vender energia com preços superfaturados
 
Para se ter idéia com a produção de alumínio o faturamento da empresa fica em torno de R$ 160 milhões, com custo de produção muito baixo já que a energia elétria é 35% do custo da produção, no entanto, a empresa tem geração própria. Com a venda da energia no mercado livre o faturamento da empresa pode chegar a R$ 490 milhões, pois os preços estão superfaturados.
Quem vai pagar a conta são os trabalhadores da Novelis e a população. A própria CEMIG já anunciou o aumento da conta de luz em 25% para ano que vem , fruto desta política especulativa.
Outras empresas seguem o mesmo caminho

Outras empresas eletrointensivas vem seguindo o mesmo caminho da Novelis. As empresas de Ferro Ligas desligaram os fornos no Estado e passaram a vender energia no mercado livre. Com contratos antigos com a CEMIG estas empresas compram a R$ 67,00 o MW/hora e revendem a R$ 822,00. Em Pirapora já foram mais de 500 empregos perdidos. Os 66 fornos de ferro ligas do Estado consomem 700 MW/hora, sendo que 70% já estão desligados, ou seja, com essa medida as empresas lucram mais de R$ 3bi e meio, somente especulando com energia.
 
No Estado, pelo menos 8.000 postos de trabalhos diretos estão ameaçados. É bom que se diga que estas empresas produtoras de alumínio e de ferro ligas foram beneficiadas por uma redução de 40% no preço da energia a dois anos atrás. Uma medida do governo Dilma para, supostamente, tornar mais competitivas as empresas destes setores.
 
É preciso estatizar a Novelis e todas as empresas que especulam com energia
Os trabalhadores e a população não podem ficar reféns de políticas especulativas levadas a cabo por empresas como a Novelis, LIASA, Vale Manganês e outras que desligaram seus fornos. Por um lado perdem-se milhares de postos de trabalho e o fechamento de fábricas inteiras. Por outro a população passa a pagar uma conta de luz bem mais cara.
 
É preciso a intervenção imediata do Governo Federal e Estadual no sentido de estatizar essas empresas para evitar demissões e o fechamento da Novelis e outras empresas.






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