segunda-feira, 23 de junho de 2014

Despejo anunciado contra os moradores da ocupação Cidade Jardim em Pouso Alegre/MG

Já se faz 01 mês que nós mulheres da ocupação Cidade Jardim estamos em busca de dialogo e soluções dignas para nós e nossos filhos, 70% dos 500 lares da nossa ocupação são chefiadas por nós mulheres trabalhadoras, que cansadas de sofrer com a falta de moradia resolvemos ir à luta em busca de um direito constitucional que é a moradia. Ocupamos um terreno vazio há três décadas, que não cumpria nenhuma função social e estava com dividas tributarias. Infelizmente o município, estado e judiciário tem agido de formas intransigentes se negam a dialogar, tratando mais como caso de policia do que um problema social que atingem milhões de brasileiras. Mas como dizem: é mais fácil jogar a sujeira para debaixo do tapete. Nossas vidas cotidianas têm ficado cada vez mais pesadas por causa do despejo, afinal já temos até mais que tripla jornada de trabalho. Vamos enumerar para entender: Trabalho (sendo chefe de família temos que levar o alimento, roupa, remédio e outros, a vantagem é que morando na ocupação tempos um gasto a menos com o aluguel, garantindo melhores condições de vida para nossos filhos.) Trabalho doméstico (como somos mulheres pobres e não temos nenhuma condição de pagar ninguém para fazer os trabalhos domésticos é necessário que nós façamos o serviço) Educação dos filhos (podemos dizer que é o mais importante e constante, afinal muitas de nós não tem com quem dividir. É triste falar, mas infelizmente muitas das vezes abrimos mão da educação de nossos filhos, devido os serviços escravos que temos que nos submeter para garantir o pão de cada dia. Imagine quando voltarmos para o aluguel? Isso se tivermos condições mínimas.) Estamos sofrendo o ataque direto daqueles que querem nos tirar dos terrenos a qualquer preço. Sabemos que nossas forças não se comparam com o braço armado do estado (PMMG), tememos, pois não temos para onde ir e fica difícil aceitar que derrubem nossos lares e nos coloquem na rua, mantemos a posição que não sairemos e sabemos que foi autorizada força policial pelo juiz. E isso só comprova de que lado a justiça esta, principalmente quando se vai a fundo à legalidade dos terrenos. Neste sentindo viemos a publico denunciar estas injustiça e pedir apoio a sociedade no intuito de evitar mais esta violência contra as trabalhadoras do nosso país, “enquanto morar for um privilégio ocupar é um direito” pedimos também o apoio da defensoria publica do estado de Minas Gerais no sentindo de cumprir o seu dever constitucional que é o de fornecer assistência jurídica gratuita para famílias de baixa renda!



Assina esta nota: Movimento social Ocupação Cidade Jardim
Contato: Mardelene Campos tel. 035 91785318 Email: mardelencampos@oi.com.br
Apoio: Luta Popular/CSP Conlutas

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