Em 13 de maio, o Estado brasileiro celebra a
“abolição da escravidão”. Contudo, para negros e negras, há muito pouco
o que comemorar. Por isso mesmo, longe de ser um “dia de festa”, para
nós, este é um dia de denúncia do racismo. E, infelizmente, passados 124
anos desde que o Brasil tornou-se o último país do mundo a libertar
seus escravos, há muito o que denunciar.
Afinal, hoje, negros e negras ainda formam a maioria dos mais pobres,
dos sem-teto e sem-terra e daqueles que não têm acesso à educação, à
saúde, ao transporte, à moradia, à terra e ao trabalho dignos. E, ao
mesmo tempo, lamentavelmente, também é negra a maioria dos jovens
vitimados pela violência social e racial, inclusive (e especialmente)
por parte dos agentes de repressão do próprio Estado.
Neste “13 de maio”, quando também se celebra o “dia das mães”, devemos lembrar as histórias de sofrimento e, principalmente, de
luta de todas as “mães pretas” que tiveram (e continuam tendo) suas
vidas marcadas pelo sofrimento e pela luta.
Lembraremos sempre de Dandara (comandante do exército
do Quilombo de Palmares) e Luiza Mahin (dirigente da Revolta dos Malês,
em 1835, e mãe do militante abolicionista Luís Gama). Como também
marcharemos ombro-a-ombro com as “Mães de Maio”, cujos filhos,
companheiros, amigos e parentes foram assassinados há seis anos, quando
agentes policiais e paramilitares ligados a grupos de extermínio mataram
mais de 560 pessoas durante apenas oito dias, numa suposta ação contra o
PCC.
Além de exigir justiça para estas mulheres, devemos também levar para as ruas a luta contra as muitas formas de
opressão e exploração que, combinando machismo e racismo, marcam
profundamente a vida das mulheres negras: da imposição de padrões
eurocêntricos de beleza à superexploração em postos de trabalho
precarizados e terceirizados; da tentativa de transformá-las em objetos
sexuais à violência doméstica; da falta de assistência médica à
impossibilidade de acesso à educação e creches.
Nota do Blog: A CSP-Conlutas/MG convida a todos os militantes a fazerem uma reflexão profunda neste 13 de Maio. O número de crianças e jovens assassinados no Brasil e de mulheres vítimas da violência aumentam a cada ano. E a maioria esmagadora das vítimas são negras. Seria apenas uma infeliz coincidência? NÃO! O QUILOMBO RAÇA E CLASSE vem há muito denunciando o sistemático extermínio da população negra que está sendo impiedosamente praticado pelo Burguesia e seu braço armado, as polícias. Dia 13 de Maio, para nós que lutamos contra o racismo é dia de LUTA! Pela derrubada do capitalismo, que se utiliza de seus co-irmãos (racismo, machismo e homofobia) para dividir e explorar ainda mais a Classe Trabalhadora e promover um genocídio higienista no país e no mundo! Por isso não devemos esquecer: não há verdadeiro Socialismo enquanto o racismo, o machismo e a homofobia perpetuarem!
VIDA LONGA A LUTA DOS QUILOMBOLAS!
VIVA O TREZE DE MAIO DE LUTA!
Fonte: Adaptado de cspconlutas.org.br
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