sábado, 12 de maio de 2012

FAMILIAS DESPEJADAS DA OCUPAÇÃO ELIANA SILVA EM BH ORGANIZAM RESISTÊNCIA

Pelo menos 300 homens da tropa de choque da Polícia Militar e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foram deslocados ontem para o cumprimento da ordem judicial de despejo de 350 famílias que ocuparam o terreno da Prefeitura de Belo Horizonte na Vila Santa Rita, no Barreiro. Durante a ação, militares usaram cães, helicóptero e até o "caveirão", blindado utilizado em ações de alto risco da PM. Até 21h de ontem, as negociações para a saída dos ocupantes ainda não haviam terminado.

A liminar de reintegração de posse foi emitida no último dia 26 de abril pela juíza Luzia Divina de Paula Peixôto, da 6ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal, após um pedido da Procuradoria do Município. O grupo ocupou a área de 35 mil m² , no mês passado, montando um acampamento com lonas e pedaços de madeira. No entanto, a prefeitura alegou que o terreno é uma área pública de proteção ambiental.

Operação. No início da manhã de ontem, a polícia tentou negociar com as famílias mas, sem acordo, ocupou o acampamento para que os funcionários da Serviço de Limpeza Urbana (SLU) retirassem as barracas montadas no local. Algumas pessoas aceitaram sair com seus pertences, mas a maioria dos ocupantes permaneceu durante todo o dia, em um ato de resistência. As famílias se recusavam a ir para os abrigos da prefeitura. Por volta das 8h, a PM interditou todas as ruas que davam acesso à ocupação. "Nunca vi uma operação desse porte. Até ‘caveirão’ eles trouxeram", destacou o Frei Gilvander Luís Moreira, da Pastoral da Terra, que representava os ocupantes na negociação. 

Dia marcado por conflitos
O dia de ontem foi marcado por momentos de tensão entre os policiais militares e o grupo da ocupação Eliana Silva, na Vila Santa Rita, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Desde as 6h, houve confronto que envolveu também ocupantes de outras invasões. Não houve feridos.

O terreno ocupado fica atrás de duas áreas invadidas em 2008, onde moram 277 famílias das comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy, que já construíram casas de tijolos. Os moradores fizeram manifestações para tentar impedir a saída dos novos vizinhos. Pneus foram queimados e houve um início de confronto com a Polícia Militar quando alguns manifestantes tentaram furar o bloqueio da cavalaria que dava acesso ao acampamento.

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (Conedh) informou que foi avisado da operação na noite anterior, por meio de uma carta. Membros da ocupação disseram que os policiais agiram de forma truculenta e com violência. Os militares negam qualquer abuso de força.

No fim da manhã, após os policias tomarem o acampamento para retirar as barracas, deputados e membros do conselho chegaram ao terreno para garantir a segurança das famílias. 
 
Cerca das 300 famílias sem-teto da Ocupação Eliana Silva, no Barreiro, em Belo Horizonte, MG, Brasil, que tiveram suas barracas destruídas pelo aparato repressivo do Estado de Minas, passaram a noite no local, ao relento, sob o frio dessa noite. E estão determinadas a continuar no local. Dizem que só saem do local presas. Os Advogados do MLB – Movimento de Luta de Libertação nos Bairros, Vilas e Favelas – estão entrando com outros recursos jurídicos junto ao TJMG. A Defensoria Pública de Minas Gerais e o Ministério Público também estão entrando agora cedo com recursos jurídicos no TJMG e no STJ.

Veja fotos da desocupação:






 

Nota do blog: A militante do PSTU e da CSP-Conlutas Vanessa Portugal acompanhou durante todo o dia a desocupação da Comunidade e declarou que a ação foi violenta e arbitrária. Durante a noite dirigentes da CSP-Conlutas/MG (Vania, Andréa, Pedro, Batata, Lelé) também estiveram no local e puderam constatar que o clima era de revolta contra a presença da tropa de choque da PM que cercou todo o local. Entretanto a comunidade resiste!

VIVA A RESISTÊNCIA DOS MORADORES DA COMUNIDADE ELIANA SILVA!
FORA LACERDA E ANASTASIA!

Fonte:www.otempo.com.br
Fotos: Jornal o Tempo e Geraldo Batata.

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