Na última segunda feira, 25 de
novembro, durante o dia latino americano e caribenho de luta pelo fim da
violência contra a mulher, foi realizado em Belo Horizonte, um ato de
visibilidade, construído por diversos setores do movimento feministas. O Ato
contou com a presença do movimento mulheres em luta (MML), o grupo
anarco-feminista SAIA, coletivo Pão e Rosas, ANEL, Instituto Helena Greco de
direitos humanos (IHG), Quilombo Raça e Classe, Marcha das Vadias-BH, moradoras
da ocupação William Rosa, sindicatos e os coletivos Negras ativas e Frida
Kahlo.
O ato se iniciou às 17 horas, com
panfletagem de materiais e falas de todos os setores, com o objetivo de
sensibilizar a população para este tema, que apesar da invisibilidade, se
mostra tão recorrente na sociedade. As mulheres presentes denunciavam a falta
de políticas públicas para mulheres, e os programas do governo que atacavam
diretamente os seus direitos como o Estatuto do Nascituro, que tem o objetivo
de criminalizar ainda mais as mulheres que praticam o aborto, recuando
inclusive em direitos já conquistados como o aborto em casa de estupro. Com
cartazes que diziam “Estuprador não é pai”, “Bolsa estupro não”, as mulheres
denunciavam as políticas do governo e desconstruíam a ideia tão difundida que é
a culpabilização das vitimas de violência e estupro.
Além das denuncias da violência
domestica, se destacou a fala da moradora da Ocupação William Rosa, Eliete, que
denunciou a falta de políticas públicas para a habitação e como elas afetam
principalmente às mulheres, responsável pela família e o cuidado dos filhos, e
a violência policial institucionalizada contra as ocupações urbanas e as
periferias.
Por volta das 18 horas, foi
realizado um trancaço da Avenida Afonso Pena, a paralisação da avenida foi
realizado apenas por mulheres, que enfrentaram a repressão policial, e
resistiram apesar das ameaças da PM de prender algumas das manifestantes. O ato
se encerrou por volta das 18:30, com a liberação da via e extensa panfletagem
dos materiais.
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