O ano de 2011 vai ficar na história da CSN. Depois de décadas, os trabalhadores realizam uma importante greve em defesa dos seus direitos. A mobilização foi forte e ganhou a simpatia da população. Apesar da repressão e da brutalidade da empresa, a CSN não conseguiu calar a insatisfação e a luta dos trabalhadores. Depois da greve, a categoria está mais forte e consciente na defesa de seus interesses. Agora é preciso manter a união e a mobilização.
Sidney Roque: A greve foi muito importante. Depois de muito tempo, os trabalhadores, de cabeça erguida, saíram, em defesa de seus direitos. A CSN sentiu nossa força, conseguimos dobrar a empresa. Os ganhos econômicos não foram suficientes, mas sem dúvida, agora somos mais respeitados. Impusemos três meses de estabilidade, não houve cortes dos dias parados, o nosso reajuste salarial (2% de ganho real) foi o maior do setor mineral. Além disso, os trabalhadores unidos e mobilizados demonstraram que são fortes.
Mas é claro que houve dificuldades. A empresa utilizou dos métodos da ditadura: a repressão, as ameaças de missão, o assédio moral, entre outras atrocidades. Com isso buscou intimidar os trabalhadores, não respeitando o direito de greve. Ficou uma lição: nas próximas lutas temos que estar ainda mais unidos, organizados e conscientes.
E a PPR, vai continuar congelada em dois salários?
Sidney Roque: Infelizmente essa é a intenção da empresa. Os lucros crescem, mas a nossa fatia do bolo continua igual. Temos que mudar essa situação. Há dois problemas principais. Por um lado, a CSN se recusa a negociar com o sindicato, por outro, insiste em manter 2 salários. A ganância da empresa passou dos limites. Até em "gato pequeno" a PR está maior. Temos que pressionar a CSN, sem isso não haverá avanços.
Os trabalhadores estão reclamando de assédio moral, como está a situação nas áreas?
Sidney Roque: Isso é uma vergonha! Tem muito chefe que trata mal o funcionário, ameaça, xinga, humilha, pressiona, entre outras barbaridades. O nível da chefia da CSN é tão baixo, que tem muito trabalhador pedindo demissão. Os chefetes e "baba ovos" da empresa passaram dos limites, acham que são os modernos "capitães do mato". Estamos de olho nesses chefinhos. Assédio moral é crime previsto em lei. Os trabalhadores tem que trazer as denúncias ao sindicato, tomaremos as devidas providências. Essa chefia na CSN está desmoralizada, se não consegue cumprir seu papel com dignidade e respeito aos trabalhadores, tem que pedir pra sair. Passou da hora já.
Quais são os desafios para o próximo ano?
Sidney Roque: Os trabalhadores vão terminar o ano de cabeça erguida. Mostramos nossa força. Agora temos que nos preparar para os próximos desafios. O primeiro deles é descongelar essa PPR mixuruca e quem tem que negociar a PPR é o sindicato e não uma comissão laranja. Outra questão importante é nos prepararmos para a próxima campanha salarial. Não podemos dar moleza pra CSN. Temos que entrar ainda mais fortes e organizados, com muita união e garra. É o segredo da vitória. Por último, precisamos estar atentos ao assédio moral e aos acidentes de trabalho. Não vamos aceitar chefia pressionando o trabalhador, isso está levando ao adoecimento e ao assédio moral. Sindicato e trabalhadores unidos, esse é o caminho!
Leiam essas e outras reportagens relevantes sobre o sindicato Metabase, Congonhas, Mariana e Itabira no Jornal Especial "A Voz dos Mineiros" Novembro de 2011.
O MINÉRIO TEM QUE SER NOSSO!
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