quarta-feira, 13 de julho de 2011

DIRIGENTE SINDICAL DENUNCIA CAOS NA SAÚDE DE CONTAGEM

Prestes a completar cem anos, em 30 de agosto, Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não tem motivos para comemorar quando o assunto é saúde. O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do município (Sind-Saúde) denuncia que os mais de 600 mil habitantes da cidade sofrem com a falta de médicos, leitos, remédios e ambulâncias. As unidades hospitalares estariam obsoletas e deterioradas, sem mínima infraestrutura para internação. Completa o colapso no sistema a situação dos postos de saúde, com longas filas de espera. Quem procura os setores de urgência e emergência é obrigado a aguardar, em média, cinco horas por atendimento.

Segundo a diretora administrativa do Sind-Saúde, Maria de Fátima Oliveira, o Hospital Municipal de Contagem (HMC) e a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Geraldo Pinto Vieira, também conhecida como Hospital JK, são as campeãs em queixas. No HMC, por exemplo, há cerca de 200 leitos para uma demanda superior a 600 internações por mês. “A falta de vagas é grave, pois pacientes que precisam de socorro imediato são mantidos nas UPAs recebendo cuidados paliativos, quando necessitam de internação em um Centro de Tratamento Intensivo (CTI)”.

A sindicalista afirma que a situação também é precária nas UPAs, nos postos e nas unidades de atendimento do Programa de Saúde da Família (PSF), que não teriam infraestrutura adequada. “As condições de trabalho são desumanas e levam servidores, pacientes e acompanhantes ao descontrole”.

Na avaliação de Maria de Fátima, a UPA JK pode ser considerada um “depósito de doentes”. “Os corredores sempre estão lotados e as condições de higiene são péssimas. O local é foco de infecção hospitalar, justamente por causa da falta de espaço e do lixo espalhado pelos cantos”.

Ela também critica o desabastecimento das farmácias. “Há períodos, entre a chegada e a contagem de estoque, em que diabéticos ficam sem insulina”, diz Maria de Fátima, que reclama que o laboratório para exames é terceirizado e não oferece condições adequadas de trabalho para os colaboradores, nem de atendimento aos usuários. “A área de coleta não tem banheiro, então ninguém pode lavar as mãos. Não há acessibilidade para deficientes nem espaço apropriado para a realização do teste do pezinho”.


Dossiê a caminho do Ministério Público

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Contagem (Sind-Saúde) está reunindo provas, como depoimentos de servidores e de usuários, da precariedade das unidades de saúde. O objetivo é montar um dossiê, com fotos e vídeos, que será encaminhado até o fim do ano ao Ministério Público Estadual (MPE).

Socorro demora mais de 4 horas

As denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Contagem (Sind-Saúde) e pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) são reforçadas por moradores do município e servidores públicos.
Na última segunda-feira, vários problemas foram flagrados na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Bairro Vargem das Flores. A sala de triagem, por exemplo, estava lotada.


A prefeitura se defende

Apesar das denúncias, a Secretaria de Saúde de Contagem informou, por meio de nota, que “nunca se investiu tanto em Saúde como na atual gestão”. Segundo o órgão, o município destina, em média, 29% da sua receita para a área.

A secretaria informou também que a rede de urgência de Contagem passou por expansão nos últimos anos, o que demandou a contratação de novos médicos. Ao todo, o município teria mil destes profissionais, sendo 400 de várias especialidades no hospital.

A CSP-Conlutas se solidariza com a população de Contagem e juntamente com o Sind-Saúde denuncia a prefeitura pelo caos no atendimento a comunidade. 

Fonte: Jornal Hoje em Dia






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