sábado, 2 de junho de 2012

MAIS TRABALHO ESCRAVO EM BELO HORIZONTE!

Pelo menos oito alojamentos de operários da construção civil foram fiscalizados em Belo Horizonte pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego, entre a noite de quinta-feira e nesta sexta-feira (1º) de manhã. Foram constatadas irregularidades como excesso de pessoas em pouco espaço e falta de higiene. Além disso, as construtoras estão com os aluguéis atrasados.

Neste ano, o MPT abriu 19 investigações de alojamentos que se encontram em condições degradantes, em Minas Gerais. Em 2011, foram 46 processos. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte (Marreta) registrou 20 denúncias em 2012 e 42 no ano passado.

Convivendo com insetos e animais peçonhentos, os operários denunciam que são enganados pelas empresas. Segundo eles, as construtoras prometem inúmeras vantagens, mas elas não são cumpridas. Alguns trabalhadores reclamam que as empreiteiras não prestam assistência quando eles adoecem. No entanto, descontam os dias não trabalhados devido ao afastamento por ordem médica.

O valor mensal do aluguel das moradias varia de R$ 250 a R$ 450 e está sendo pago pelos próprios operários, segundo o sindicato da categoria. Os trabalhadores afirmam que a responsabilidade pelo pagamento é dos empregadores. “Eles prometeram e agora têm que cumprir. Isso pode ser considerado trabalho escravo”, denuncia Osmir Venuto.

Em alguns alojamentos, mais de 30 homens dividem apenas um banheiro, uma máquina de lavar e uma pia. Os quartos estão lotados. “Vivemos a mesma situação. A gente se vira como pode, sem briga. Um ajuda o outro, emprestando dinheiro, dividindo comida e roupas”, afirma Evanilson Lima dos Santos, natural de Vitória da Conquista (BA).

Afastado há 15 dias do trabalho após cair de uma altura de cinco metros, Cosme Santos Góis sofre para subir a escadaria do barraco onde mora. “Tive ferimentos na cabeça e braços, mas o que mais está atrapalhando é a torção no pé”. Ele afirma que não recebeu assistência da empresa e conseguiu chegar ao centro de saúde graças aos colegas.

Cerca de 60 operários de um empreendimento do bairro Buritis decidiram entrar em greve até que a situação das moradias, que estão em condições subumanas, seja resolvida. Flávio Santos, baiano de Araci, disse que cansou de ser enganado. “Foram na nossa cidade, contrataram quase cem homens, prometeram moradia, comida, passagens de ida e volta para visitar os familiares, mas quase nada foi cumprido. Pelo menos o salário vem em dia”.

Segundo o MPT, ficou acertado, em reunião realizada nesta sexta, que os operários seriam levados para um hotel. Os que optarem por deixar o trabalho terão seus direitos assegurados e as empresas vão fornecer as passagens para que eles voltem às suas cidades. As construtoras negaram as irregularidades, mas se comprometeram a cumprir o que ficou decidido na reunião.
 
Fonte: www.hojeemdia.com.br
 
Nota do blog: A CSP-Conlutas apóia e exige a imediata a aprovação da PEC 438 que versa sobre a possibilidade de confisco das propriedades daqueles que praticam o trabalho escravo! Não só nas propriedades rurais como também nas cidades!
 
APROVAÇÃO IMEDIATA DA PEC 438!
 
PUNIÇÃO RIGOROSA PARA TODOS QUE PRATICAM ESSA ABOMINAÇÃO CONTRA OS TRABALHADORES!

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