sábado, 5 de maio de 2012

CONGRESSO DA CSP-CONLUTAS FORTALECE A ORGANIZAÇÃO DE BASE!


A abertura do 1º Congresso da CSP-Conlutas aconteceu na sexta-feira, dia 27, em Sumaré (SP). Por volta das 18h30, cerca de 1.500 pessoas já se encontravam no plenário, apesar de ainda haver delegações de vários locais do país programadas para chegar no encontro.

Entre os presentes, caravanas vindas de todo o pais, como a do Pará, que levou 56 horas para chegar no local do Congresso. Mas nem a longa viagem de ônibus desanimou os trabalhadores, que eram um dos mais animados no início da plenária.

Em nome da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Sebastião Cacau, fez uma saudação a todos os presentes. “Aqui está cada um que ajudou a construir essa ferramenta de luta da classe trabalhadora, ainda pequena, mas ativa e vigorosa”, discursou. “Vamos debater as teses, cada proposta. Democraticamente vamos votar nossas resoluções e com unidade colocar em prática um plano de lutas e organização em defesa dos direitos do classe trabalhadora”, completou.

Nota do blog: As delegações de Minas Gerais também começaram a chegar na sexta, sendo que muitas delegadas participaram também do I Encontro de Mulheres da CSP -Conlutas.

2º Dia:
Um minuto de silêncio. Foi assim que teve início o ato para marcar o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, no início do segundo dia do Congresso da CSP-Conlutas.

“Companheiros que foram mortos e acidentados no trabalho”, chamou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha. “Presente” responderam em coro todos os manifestantes presentes no plenário lotado.

“No dia de hoje, lembrado em todo o mundo, estamos aqui não só para relembrar nossos mortos, mas também para denunciar e lutar para que as mortes e acidentes não mais aconteçam”, disse Mancha.
Um vídeo ainda no início da atividade, produzido pela Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, foi apresentado com entrevistas de especialistas na saúde do trabalhador e traçou um panorama da situação das condições de trabalho e dos acidentes. 

Jordano Carvalho, da coordenacão de saúde da Federação, um dos coordenadores da mesa do evento, resumiu a situação do trabalho no Brasil e no mundo: um verdadeiro assassinato dos trabalhadores nos locais de trabalho. Ele lembrou das mortes que ainda vitimam trabalhadores de varias categorias e citou exemplos recentes de mortes na construção civil e metalúrgicos. “O trabalho é um meio de vida e não pode ser um meio morte para o trabalhador”, disse.

No final da tarde de sábado, segundo dia de Congresso, o painel sobre “Organização de Base nos locais de trabalho, de moradia e nas escolas” mobilizou o plenário e foi também um dos temas principais do Congresso. Não foi à toa o tema “Avançar na organização de base”.

À mesa, o secretário executivo nacional da CSP Conlutas, José Maria de Almeida; do dirigente do MTST, Felipe Brito; e do coordenador nacional do Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), João Batista da Fonseca, refletiram sobre como organizar os trabalhadores em seus locais de trabalho, na luta pela moradia e por terras. Como garantir que os próprios trabalhadores se organizem em seus espaços para efetivamente serem os proagonistas de suas lutas.

 Dentro desse contexto, a questão territorial das cidades e do campo, bem como os danos causados pela política dos Governos, com destaque para os danos causados pela vinda da Copa do Mundo e das Olimpíadas, também foram assuntos tratados no debate.

 Zé Maria, o primeiro a falar, abordou o problema da burocratização sobre o movimento sindical, a importância da organização nos locais de trabalho e a necessidade da construção da Central sustentada por pelo pilar da organização de base. A educação para a autodeterminação, segundo o membro da Executiva da Central, significa estimular no trabalhador a ideia de que ele é dono do seu destino e aquilo que ele decidiu coletivamente tem que ser soberano.  

 Por outro lado, o dirigente lembrou o processo de burocratização pelo qual passou a CUT e mencionou um questionamento muito comum entre os trabalhadores: O que vai garantir que a CSP-Conlutas não se transforme numa nova CUT daqui a alguns anos?
  
“Responder a essa pergunta de forma positiva é que nos impõe a demanda de promover essas mudanças profundas na nossa forma de organização”, disse referindo-se ao projeto político de organização de base. Ou seja, a democratização dos sindicatos, que diz respeito à importância da presença do sindicato nos locais de trabalho; o fortalecimento das lutas, que ocorre com os trabalhadores organizados em cada local de trabalho e, por fim, respeitar efetivamente a autodeterminação dos trabalhadores: são eles quem decidem.

Um dia cansativo não desanimou os participantes do Congresso da CSP Conlutas para o ato que ocorreu na noite de sábado (28) de abril no auditório principal da Estância Árvore da Vida. Com o tema ‘Ditadura Militar, anistia política e direito de organização de base”, centenas de participantes assistiram ao ato público que, mais do que uma denúncia ao regime militar, serviu como verdadeiro resgate histórico da luta do movimento sindical e popular.

A mesa do ato, no lugar de uma ou duas personalidades, foi composta simbolicamente por diversos perseguidos políticos da ditadura militar. Mais precisamente militantes que atuavam no movimento sindical e que foram presos e demitidos de forma arbitrária, e que fazem parte de uma campanha por reparação. “Aqui não se trata tão somente de uma questão de memória, mas também de verdade e Justiça”, afirmou Aderson Bussinger, advogado e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Bussinger lembrou que as torturas e a perseguição política não ficaram no passado, mas fazem parte do presente. ”Sabemos que existe tortura nas delegacias, perseguição a ativistas políticos, então essa não é uma questão só de passado, mas se refere também ao presente, e de futuro, para que esse tipo de coisa não se repita” disse.

3º Dia
Resolução Nacional: Governo Dilma, lutas, pacto social e eleições são temas de resoluções nacionais
A situação nacional, debatida nos grupos no sábado, foi o segundo tema de votação das resoluções, votado ainda ontem.

O balanço do governo Dilma, a situação do Brasil em meio à crise econômica mundial, a criminalização dos movimentos sociais, a retomadas das lutas operárias e demais setores da classe trabalhadora marcaram a maioria das discussões.

Uma proposta que foi aprovada por maioria em diversos grupos, e a também aprovada por ampla maioria pelos delegados como resolução, alerta para que a classe trabalhadora não tenha nenhuma ilusão no governo Dilma e que só a luta dos trabalhadores e da juventude pode garantir emprego, terra, saúde, educação e moradia para todos.

O texto salienta que o Brasil reflete de maneira ainda limitada os efeitos da crise internacional, porém, não está imune à crise. É diante disso que o governo e os patrões, prevenindo-se do seu agravamento, realizam uma série de ataques e preparam novas medidas que representarão perdas aos trabalhadores.

Os escândalos de corrupção do governo Dilma, o caráter e as ações pro-imperialistas do governo, como a manutenção da ocupação do Haiti, e a ofensiva de criminalização das lutas sociais também foram destacadas.

A resolução reafirma o apoio da CSP-Conlutas a todas as lutas e chama à construção de um plano de ação de unifique, em uma jornada comum, todas as mobilizações contra as políticas anti-trabalhador do governo Dilma e da burguesia.

Congresso rejeita o pacto social e aprova participar na mesa nacional da construção pesada
Sobre o movimento das centrais sindicais governistas que têm articulado junto com as entidades patronais, como a FIESP, um movimento contra uma suposta “desindustrialização” foi aprovada uma resolução contrária a esse pacto social.

Segundo a resolução, essa é mais uma armadilha contra os interesse da classe trabalhadora. Afirma ainda que não se trata de defender a indústria nacional ou os empregos. Mas sim de garantir mais lucros aos patrões.

A atuação da CSP-Conlutas no último período e propostas referentes à organização da Central foram os temas das primeiras resoluções aprovadas pelos delegados neste domingo, dia 30, último dia do Congresso.

Sobre o balanço da atuação da Central, houve um consenso de que apesar de ainda ser uma central minoritária no movimento sindical e popular, a CSP-Conlutas interveio nas principais lutas ocorridas no país.

Ao plenário foram apresentadas duas propostas de balanço geral. A Resolução 1, aprovada por maioria em diversos grupos de trabalho, foi aprovada por maioria no plenário.
Foi destacado que a Central atuou ativamente em diversas campanhas políticas, lutas de categorias, eleições sindicais, congressos, jornadas do movimento popular, lutas estudantis, plebiscitos populares, entre outras. Destacou-se ainda a intervenção internacional, em países como Haiti, Palestina, Chile, Argentina, da Europa, entre outros.

A resolução destaca que apesar do balanço positivo, há muito que se avançar, seja na estruturação da Central, na plena incorporação dos movimentos populares, estudantis e de luta contra as opressões, no combate às praticas discriminatórias no interior das entidades, ao machismo e ao preconceito, no combate à burocratização e no fortalecimento da organização de base. “São deficiências que não hesitaremos em enfrentar”, diz trecho da resolução.

O balanço do Conclat, realizado em 2010, a política de Unidade de Ação da CSP-Conlutas, eleições e chapas sindicais também foram assuntos debatidos.

Outro tema que foi à votação foi um balanço específico sobre a questão do movimento popular, a partir de uma proposta de resolução discutida no grupo de trabalho. A resolução 3 reconheceu o avanço importante que foi a definição do caráter da central como sindical e popular, no Conclat, em 2010, a inovação da medida na história do movimento sindical brasileiro. Contudo, salientou dificuldades e limites da real incorporação do movimento popular, em questões financeiras, políticas e atividades. A resolução foi defendida pelo membro da Secretaria Executiva, Guilherme Boulos.

O tema foi para votação no plenário, pois houve posição contrária a essa resolução. Por ampla maioria, os delegados rejeitaram a resolução. Os delegados votaram a favor da defesa feita por Ana Pagamunici, que ressaltou o balanço positivo da decisão de incorporação do movimento popular na Central, em 2010, e apesar das dificuldades, conseguiu avanços sente sentido, apesar de considerar que muito ainda há de ser feito.

 Organização e estatuto
Questões organizativas e estatutárias foram a voto no plenário. Em discussão temas como organização das instâncias estaduais e regionais, composição da Secretaria Executiva Nacional, percentual de contribuição à central, posição da Central em relação ao imposto sindical, entre outros.
 Uma das principais discussões foi a proposta de mudança de nome da entidade para CSP – Central Sindical e Popular. A proposta, defendida pela presidente do Andes-SN, Marina Barbosa, e da executiva da Central, considerava que a mudança seria um sinal para outros setores no sentido de avançar na unidade e filiação à CSP-Conlutas.

José Maria de Almeida, da executiva nacional da CSP-Conlutas, defendeu a manutenção do nome, alegando que a marca atual é um patrimônio construído por todos que participaram da construção da CSP-Conlutas, que é reconhecida por todos aqueles que lutam no país e que rompem com o sindicalismo governista.

 A manutenção do nome foi aprovada pela maioria dos delegados presentes.

Nota do blog: Foi um Congresso muito vitorioso. Avançamos nas questões referentes a organização de base e no processo de reorganização da Classe Trabalhadora. Foram muitas falas, muitos aplausos e muitas lágrimas. Crescemos com os temas debatidos e acreditamos firmemente que as feridas do Conclat ficaram pra trás. Lamentamos a ruptura da LER-QI, mas saudamos os companheiros da FENASPS que propuseram de agora em diante participar dos fóruns da CSP`-Conlutas. PARABÉNS A TODOS NÓS QUE ASSUMIMOS O DESAFIO DE CONSTRUIR A CSP-CONLUTAS! ATÉ A PROXIMA PESSOAL!

Fonte:cspconlutas.org.br






0 comentários:

Postar um comentário