quinta-feira, 5 de julho de 2012

13º CONGRESSO DA FSDTM-MG: OS METALURGICOS DE MINAS NO RUMO CERTO



A cidade de Contagem sediou nos dias 29 e 30 de junho (sexta-feira e sábado) o 13º Congresso da Federação Sindical e Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais. Foram dois dias de intensos debates num evento que reuniu mais de 100 participantes de várias regiões do estado, entre delegados, observadores, convidados e palestrantes. Também marcaram presença representantes de outras entidades sindicais e de partidos políticos. Entre eles: Andrea Ferreira, da comissão executiva estadual da CSP-Conlutas, Helenita “Lelé”, do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Gerson Lima, da direção nacional da Liga Operária, Raimundo Braga da Cruz Souza, operário da construção civil que foi preso e torturado nos canteiros de obra da Camargo Correa em Jirau (Rondônia) e Vanessa Portugal, professora e dirigente do Sind-REDE que saudou o congresso em nome do PSTU.

Durante o evento, os delegados e observadores discutiram sobre diversos temas, como a situação política nacional e internacional, organização de base, sindicalização, fortalecimento da CSP-Conlutas, burocratização dos sindicatos, saúde do trabalhador, luta das mulheres, aposentados, negros, etc.

RESOLUÇÕES PRIORIZAM ORGANIZAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO
O congresso aprovou medidas concretas para fortalecer a Federação e os seus sindicatos filiados, apostando principalmente na organização por local de trabalho com a luta pela eleição de delegados sindicais e o aumento do número de cipeiros combativos em cada fábrica. 

“Conquistando uma organização de base viva e atuante que, junto com a Federação, estará à frente das lutas, vamos ter inclusive melhores condições de defender não só salários e direitos, mas também a vida dos trabalhadores, que tem sido cada vez mais ceifada pelos acidentes e doenças ocupacionais”, explica Jordano Carvalho, coordenador de saúde e segurança da Federação.

Geraldo “Batata”, coordenador licenciado da Federação, enfatizou: “A organização de base, nos locais de trabalho, é fundamental. É requisito para que haja democracia em nossas entidades e movimentos e um auxílio na luta contra burocratização dos nossos sindicatos, ajudando a trazer para o combate classista companheiros que estão no chão da fábrica. Esse foi um tema exaustivamente discutido tanto no seminário nacional quanto no congresso da CSP-Conlutas. O desafio dos metalúrgicos de Minas agora é eleger delegados em toda a base de atuação dos nossos sindicato, forçando os patrões a respeitar esse direito que é garantido pela constituição e desrespeitado em todo o país”.

UM LUGAR EM CONSTRUÇÃO PARA AS MULHERES METALÚRGICAS
Outro ponto muito importante do congresso foi o que discutiu a organização das mulheres da classe trabalhadora. Lívia Furtado, dirigente da Oposição Bancária de BH e região e do Movimento Mulheres em Luta (MML), apresentou uma contribuição que colocava importância estratégica da luta das mulheres. “Nós somos mais de 50% da nossa classe. Sem organizar as mulheres das mais diversas categorias dos trabalhadores, a nossa luta estará gravemente prejudicada e não obterá vitória.”, alertou Lívia.

Destacou-se a presença nas metalúrgicas delegadas Sara Donato e Rosiléia da Paixão, ambas dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá. Elas mostraram que a Federação precisará desde já redobrar a seu trabalho na categoria, buscando organizar especialmente as mulheres metalúrgicas, que são duplamente exploradas pelos patrões e pelo machismo que impera em toda a sociedade.

“É muito bom saber que a Federação e os seus sindicatos está buscando se empenhar para trazer cada vez mais mulheres para a luta. Nós vamos contribuir o máximo possível para construir o MML na categoria e contamos com o apoio de todos os companheiros”, disse Sara durante a sua intervenção.

A FSTDM-MG NO RUMO CERTO PARA LUTAR  
Os delegados presentes fizeram um balanço da atuação da Federação no último período. Por unanimidade, foi votada uma avaliação muito positiva. A entidade cumpriu um papel determinante nas principais lutas travadas no estado. Realizou campanhas salariais vitoriosas, evitou demissões, avançou na luta por saúde e segurança para o trabalhador com a construção de secretarias em várias diretorias dos sindicatos filiados e participou ativamente de manifestações de denúncia, seminários e debates sobre o tema.

Gilberto Gomes, o “Giba”, destacou a importância da Federação na construção de uma alternativa de luta para os trabalhadores brasileiros com a Central Sindical e Popular Conlutas. “A nossa atuação em Minas foi determinante para que a nossa Central se consolidasse no estado, passando de 27 para 52 sindicatos filiados. A Federação, enquanto parte da CSP-Conlutas tem dado uma grande batalha pela unidade da classe trabalhadora nas lutas e a isso se deve grande parte do nosso balanço”.

Também foi traçado um novo plano de atuação da Federação, com as tarefas que ela deverá encaminhar no próximo período para manter-se como uma destacada referência de luta independente dos patrões e dos governos.

 “Foram dois dias em que os dirigentes metalúrgicos dos quatro cantos de Minas traçaram o caminho que a Federação deverá trilhar no próximo período para avançar nas conquistas salariais e na defesa dos empregos e dos direitos", avaliou Aldiério Florêncio, trabalhador da LIASA e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pirapora e região.

Antônio Carlos, o “Boi”, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúna, constatou: “A crise econômica que está vivendo agora os países da Europa é um problema internacional do capitalismo. Embora no Brasil as empresas ainda estejam batendo recordes de lucros, nós também seremos afetados e precisaremos estar preparados para os enfrentamentos. Fortalecendo a nossa organização em cada local de trabalho, conquistando cada vez mais mulheres metalúrgicas para estarem conosco nas lutas, ampliando o trabalho com as nossas oposições sindicais, ajudando os operários aposentados a se organizar e fazendo uma forte campanha salarial, estaremos num patamar superior para cumprir essa tarefa. Agora, é mãos à obra.”

Ricardo Malagoli - imprensa FSDTM-MG

Mais fotos do evento: 









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