domingo, 2 de outubro de 2011

BALANÇO DA GREVE DOS PROFESSORES-MEL, CSP-CONLUTAS


Já se passava das 23:00 horas da noite quando os trabalhadores em Educação, reunidos em assembleia, decidiram pela suspensão da Greve. Havia cerca de 5000 trabalhadores de diversos cantos do estado no pátio da ALMG. Em apoio a nossa luta estavam os estudantes, movimentos sociais e sindicais e partidos.

A proposta do governo não era aquilo que todos nós desejávamos. Mas não podemos negar que foi uma vitória e que isto só foi possível pela nossa luta.  

O governo reconhece que deve pagar o piso de acordo com a nossa carreira e para todos, do magistério e do quadro administrativo. Ele reconhece a lei do piso. Lei que prevê reajustes de acordo com o custo aluno, para janeiro de 2012 está previsto um reajuste de 16 %.

O Governo também garante a suspensão da tramitação do Projeto de Lei enviado à Assembleia Legislativa de Minas e a suspensão da aplicação das penalidades que seriam adotadas em decorrência das liminares concedidas  pela justiça decretando a abusividade da Greve, inclusive demissão dos designados.

Será formada uma comissão de negociação composta por 6 parlamentares e por representantes do Sind-UTE/MG e do Governo de Minas. Esta comissão  ficará responsável de discutir o enquadramento da carreira dos trabalhadores de acordo com o piso. Este enquadramento sera escalonado de 2012 a 2015, proposta de escalonamento que já virou moda entre os governantes. 

Não é o que queremos, nossa defesa é de que deve ser pago imediatamente e sem escalonamento. Mas é o que  conseguimos conquistar neste momento.

Porém temos que ficar vigilantes e nos manter mobilizados para que possamos garantir nossas conquistas. Não podemos confiar no Governo e muito menos nos deputados. Aprendemos ao longo da história que somente com a nossa mobilização é possível ter conquistas. Portanto temos que nos manter vigilantes. 

 
NOSSA GREVE TEVE VÁRIOS HERÓIS

Temos que lembrar aqui que esta Greve teve muitos heróis. Temos que reconhecer a bravura de todos que ficaram 112 dias paralisados, muitos passando necessidades, mas resistindo bravamente, todos os acorrentados que ficaram na praça sete, na praça da liberdade, na ALMG e em todos os cantos do estado, todos os que caçaram incansavelmente o Anastasia aonde ele fosse, os acampados da Assembleia Legislativa, os companheiros da greve de fome, e os bravos lutadores que impediram o funcionamento do plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Não podemos lembrar somente de alguns, mas sim de muitos que vão ficar para a história da luta em defesa da Educação de Minas e do Brasil.

Com a bravura de todos nós que enfrentamos um dos governos mais truculentos da História de Minas Gerais não seria possível vencer mais esta batalha. Uma das maiores vitórias desta Greve foi que desmascaramos Anastasia para Brasil e o Mundo.

Nós da CSP- Conlutas fizemos uma luta implacável contra os ataques dos governos estadual e federal que pretendiam acabar com a carreira dos trabalhadores em educação de Minas.

Denunciamos Anastasia (PSDB) por querer destruir a carreira dos trabalhadores, retirando todos os direitos como biênios, quinquênios e congelamento de salário, através do subsídio. Denunciamos Dilma e o Ministro Hadad que apresentaram uma lei de piso para até 40 horas de trabalho com um valor desatualizado.

O piso segundo a lei é de R$1.597,00, atendendo ao custo aluno, e Dilma não o atualizou, rebaixando-o para R$1.187,00. Além disso, o reajuste previsto para janeiro, que seria de 22%, já foi rebaixado pela presidente para 16%. Além disso denunciamos o corte de verbas da educação para pagamento da dívida externa e investimento em setores privados feitos pelo Governo Federal. Dilma ainda esteve em Belo Horizonte, capital mineira, e enfrentou a greve dos operários do Estádio da Copa, prometeu intervir a favor da greve dos professores e não cumpriu sua promessa. Aliás em Minas PT e PSDB discutem o apoio ao mesmo candidato do PSB, Márcio Lacerda, que ataca os movimentos sociais.

Na politica sindical, conseguimos emplacar muitas propostas da oposição sindical - MEL, Movimento Educação em Luta, na defesa dos direitos dos trabalhadores.

Denunciamos sintematicamente a CUT e a CNTE que não unificaram as greves no país. Estados com greves fortes e longas como Alagoas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro ficaram isoladas e foram blindadas para não atingir o Governo Dilma que deve à educação a atualização do piso para R$1948,34 para Janeiro de 2012.

Por isso, em todo o país é preciso construir uma nova direção para o movimento sindical. Essa direção precisa ser independente dos Governos e atender realmente aos interesses da classe trabalhadora.

Neste momento, outros educadores estão em greve, demonstrando que era possível fazer uma greve nacional de educação, inclusive exigindo os 10% já para a educação. A greve de Minas Gerais, 112 dias, a maior da história, mostra o caminho: enfrentou corte de ponto, substiuição ilegal de professores, ilegalidade da greve, multa de R$600,000,00; demissão de professores contratados e derrotou parcilamente os governos.

Acreditar na força dos trabalhadores é acreditar numa sociedade mais justa e igualitária. Acreditar na luta dos trabalhadores é contruir o socialismo e evitar a barbárie da destruição dos serviço públicos como educação, saúde, moradia e outros direitos sociais.  
 
Fonte: educacaoemlutamg.blogspot.com

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