domingo, 21 de agosto de 2011

REUNIÃO NACIONAL DA CSP-CONLUTAS EM BELO HORIZONTE 5, 6 E 7 DE AGOSTO




 A reunião contou com 197 participantes, sendo 90 representantes com direito de voto e 111 observadores. Estavam representadas 47 entidades sindicais, 31 minorias de entidades e oposições sindicais, 08 movimentos populares, 03 movimentos de luta contra a opressão e 03 entidades estudantis.
Nesta sexta-feira (5), primeiro dia da reunião da Coordenação Nacional, os trabalhos se iniciaram com o debate sobre conjuntura nacional, internacional e atividades para o próximo período. O destaque foi a Jornada Nacional de Lutas que ocorre de 17 a 26 de agosto.

Internacional - O membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Zé Maria de Almeida, deu informe sobre a situação política no marco internacional alertando que nos países da Europa, se configura o aumento da dívida pública dos estados. “Os cortes nos gastos trazem consequências para a população, com ataques na aposentadoria, aumento do desemprego, retirada de direitos”, enfatizou, reafirmando que essa situação leva a um crescimento da resistência dos trabalhadores. Zé Maria abordou também a nova retração econômica nos EUA e o acordo para aumentar o teto da dívida pública no país. Além disso, foram ressaltadas as mobilizações que ocorrem no norte da África, com exemplo mais recente da Síria.

Nacional – O dirigente salientou que o governo Dilma continua sendo apoiado pela população, mas apesar deste fato, há um acúmulo de contradições que se apresentam aos trabalhadores.

Atividades nos estados e preparação para a Jornada – O membro da Secretaria Executiva, Atnágoras Lopes, falou sobre a volta da mobilização em Pernambuco nas obras de Suape. Segundo o dirigente, a greve durou quatro dias e esses operários têm enfrentado duros ataques ao livre direito de mobilização. Atnágoras ressaltou a importância de neste momento se buscar o dialogo com esses trabalhadores em luta. “Sozinhos eles não serão capazes de dar a resposta contra esses ataques”, finalizou, salientando que só com a união de todos os trabalhadores é possível alcançar a vitória.
Os metalúrgicos realizarão um grande ato em São José dos Campos (SP) no dia 19, e em Belo Horizonte (MG), no dia 18,  e também se integrarão a marcha no dia 24, em Brasília. Ainda em Minas Gerais, nesta data, professores em greve farão manifestação, movimentos populares realizarão ocupações urbanas, além da plenária da campanha do Minério Tem Que Ser Nosso, prevista para ocorrer neste período. No Ceará, no dia 19, os rodoviários farão paralisações junto com os trabalhadores da construção civil.

Primeiro Congresso da CSP-Conlutas em 2012 – Na parte da tarde, o membro da Secretaria Executiva, Sebastião Carlos, o Cacau, falou sobre os preparativos para o 1º Congresso da CSP-Conlutas em 2012. O dirigente salientou que o processo de consolidação do Congresso deve ser fruto das assembleias de base e de que essa reunião da Coordenação daria inicio para o debate. “Devemos ampliar nossas lutas para as diversas áreas do movimento sindical popular e estudantil”, informou.
A proposta de resolução é de que o Congresso seja realizado entre os dias 27 de abril e 1º de maio de 2012, com o seu encerramento em um grande ato no dia do trabalhador na cidade de São Paulo.

Segundo dia debate sobre opressões - O segundo dia da reunião da Coordenação Nacional, realizada neste sábado (6), foi dedicado a discussão sobre o machismo, o racismo, a homofobia e suas relações com a luta da classe trabalhadora. 
Participaram como palestrantes na parte da manhã a professora e autora do livro “A feminização no mundo do trabalho”, Claudia Mazzei Nogueira; o professor e mestre da UFMA e do quilombo Raça e Classe, Roseverck Santos; o presidente da Parada Gay de SP, Ideraldo Beltrame  e o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
 Os quatro convidados colocaram como ponto central do debate de opressões o entendimento de que precisamos conscientizar os trabalhadores da necessidade de lutar também contra o preconceito, seja racial, de gênero ou de orientação sexual. E que esta é uma reflexão que os sindicatos e demais movimentos que compõem a nossa Central devem fazer.

Setoriais de Negros, Mulheres e LGBT- Na parte da tarde foi composta uma mesa com integrantes do Movimento Quilombo Raça e Classe e do Setorial de Negros e Negras, Julio Condaque,  pela integrante do Movimento Mulheres em Luta e do Setorial de Mulheres,  Janaina Rodrigues,  e pelo representante do setorial LGBT da CSP-Conlutas,  Douglas Borges.
A discussão teve como objetivo de materializar o debate em campanhas e iniciativas da Central para levar esta discussão às bases.
A noite foram realizados os grupos de trabalho onde os companheiros puderam debater com seus pares os desafios de cada segmento e tirar encaminhamentos de ações para as lutas. Em destaque em todos os grupos a Jornada de Lutas de 17 a 26 de Agosto.

Resoluções - No último dia foram aprovadas resoluções importantes. Diante deste quadro a Reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas decide:
1- Impulsionar junto com as demais entidades a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de agosto, realizando manifestações nos estados e um grande ato no dia 24 em Brasília. Organizar caravanas nos estados e uma grande presença da CSP-Conlutas nesta atividade com colunas, bandeiras etc. Para viabilizar esta atividade a SEN deve organizar a arrecadação financeira (rateio).
2- Combater a política econômica do governo Dilma que beneficia as grandes empresas, bancos, empreiteiras e latifundiários, assentada nos altos juros, isenções às empresas, a utilização de metade do orçamento para o pagamento da dívida pública aos banqueiros em detrimento da educação, saúde e outros serviços.
3- Encaminhar pelo conjunto da Central a campanha de 10% do PIB para a educação já, como uma das campanhas prioritárias para o próximo período.
4- Denunciar o plano “Brasil Maior” do governo Dilma, que cortou 50 bilhões do orçamento e agora quer dar de presente 25 bilhões aos empresários, através de isenções. Estas mesmas empresas beneficiadas enviam bilhões de dólares para o exterior como remessa de lucros. Repudiar a proposta de pacto social e de retomada das Câmaras Setoriais.
5- Apoiar as lutas em curso: greves da Fasubra e SINASEFE, professores de MG e RJ e trabalhar pela unificação das campanhas salariais sob o lema: Se o Brasil cresceu, trabalhador quer o seu! Lutar por aumento real dos salários e dar atenção especial às reivindicações ligadas à organização no local de trabalho (delegados sindicais, comissões de fábrica). Colocar nestas campanhas reivindicações ligadas às lutas contra as opressões em defesa das mulheres, dos negros e LGBTs.
6- Participar do Grito dos Excluídos em 07 de setembro.
7- Referendar as bandeiras da Jornada de Lutas, bem como nossa plataforma e as resoluções aprovadas em reuniões anteriores e encaminhar as campanhas já aprovadas:
- O Minério tem que ser nosso
- O Petróleo tem que ser nosso: Petrobras 100% estatal. Leilão é privatização!
- Contra a privatização dos Correios e contra a MP 532 - Contra a Privatização da Universidade Pública – Abaixo o PLP 1749\11 que privatiza os hospitais universitários
 - Em defesa da aposentadoria e da previdência pública, fim do fator previdenciário.
 - Chega de preconceito, pelo fim da discriminação e exploração, trabalho igual – salário igual
 - Contra as remoções forçadas, decorrentes das obras dos megaeventos e do PAC
 - Reforma Agrária já! Todo apoio às ocupações. Contra os assassinatos dos trabalhadores rurais e quilombolas
8- Estimular nas entidades debates sobre a situação da economia mundial e a crise econômica
9- Pela abertura imediata dos arquivos da ditadura e punição dos torturadores
10- Trabalhar pela realização do Encontro Internacional após o Congresso da CSP-Conlutas.

Adaptado do site da CSP Conlutas www.cspconlutas.org.br

Abaixo fotos do evento:








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